terça-feira, 3 de novembro de 2020

Carta Pastoral 164 - Mais do que paixão - Amor

Carta pastoral – Novembro de 2020 – ano V – 164

     Série: “Jornada 12 em 4”

“Mais do que paixão - Amor”


Texto para ler: João 14.21; Lucas 6.46-49

 Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

Vivemos em uma época que valoriza muito os sentimentos e as experiências intensas. Isso se dá tanto no meio secular quanto no religioso. Os jovens têm buscado programas que lhes proporcionem grandes quantidades e diferentes qualidades de emoções. Muitos, tanto jovens quanto adultos, têm se entregado às drogas em geral, na busca de sensações

que lhes deem alívio e prazer. As propagandas têm ressaltado o bem-estar que os produtos e serviços oferecidos podem proporcionar aos seus consumidores. Na igreja, eventos que ofereçam grandes e diferentes emoções são buscados. Os cultos que proporcionam sensações de alívio e bem-estar são os melhores e mais procurados.

Uma das consequências dessa atual tendência é uma visão distorcida do conceito de amor. O amor tem sido e definido como um forte sentimento de uma pessoa por outra, ou de uma pessoa por algo. Declarações como “eu te amo” são consideradas verdadeiras e sinceras se motivadas e envolvidas por intensas emoções. Os casais de namorados, incendiados pelo fogo da emoção, baseiam o relacionamento nesse sentimento e querem experimentar tudo o que ela o pode oferecer. Quando a emoção acaba, julga-se que o namoro também acabou e a solução é procurar por outro relacionamento, onde as mesmas e novas experiências possam ser vivenciadas. Com os casais casados acontece o mesmo. Quando a emoção diminui ou se vai, conclui-se ser o fim do casamento e relações extraconjugais ou o divórcio são alternativas procuradas. Na igreja, durante os momentos de louvor e adoração dos cultos, motivados pela música e emocionados, os fiéis declaram sua paixão por Jesus, dizendo-lhe que Ele é o amado de suas almas. Entretanto, não é assim que a Bíblia define o amor. Para Jesus, o amor não é um sentimento e não se manifesta principalmente através de emoções, mas é uma atitude, e uma atitude de obediência. É sobre isso que iremos refletir hoje:

1.       Ter os mandamentos. Para se viver uma vida de obediência e, consequentemente, amar verdadeiramente a Cristo é necessário, primeiramente, ter os seus mandamentos. O verbo ter, nesse contexto, significa se apossar da vontade de Deus registradas nas Escrituras Sagradas, através de uma profunda, constante e interessada busca por elas. É ler e estudar a Bíblia, procurando conhecer as ordenanças de Deus para seus filhos. Assemelha-se a ir a um supermercado com um carrinho de compras e, chegando a uma banca, tomar posse de seus produtos e colocá-los no carrinho. A ação é tirar as palavras das páginas bíblicas e colocá-las na mente, ou seja, ter conhecimento de cada uma delas.

Vale ressaltar que não recebemos mandamentos do Senhor apenas através da Bíblia. O nosso Deus é um Deus que fala. Em nossa caminhada diária, ouvimos sua voz nos dando diversas orientações e ordens. Cabe a nós ouvi-las com muita atenção e não as perder! Você tem lido a Bíblia à procura de mandamentos para obedecer? Enquanto lê a Bíblia ou ouve uma mensagem, sente-se confrontado em seu estilo de vida e desafiado a mudanças práticas? Você já teve a experiência de sentir o Espírito Santo conduzindo-o a uma atitude ou ação diferente durante sua leitura bíblica?

2.      Guardar os mandamentos. Ter os mandamentos é apenas o primeiro passo do processo de obediência. Há um segundo: o guardar. Esse verbo, nesse versículo, tem o sentido de obedecer, cumprir. Após tomar ciência das vontades divinas, a próxima ação é realizá-las.

Continuando a ilustração acima, assemelha-se a, chegando em casa com a sacola de compras cheia com os produtos do supermercado, ingeri-los, buscando deles a energia necessária para as atividades do dia-a-dia. Estando de posse dos mandamentos do Senhor, devemos nos apropriar ainda mais deles, deixando que eles caiam em nossos corações e interfiram em nossa maneira de viver. Eles devem fazer parte de nós e gerar a energia que vai impulsionar e motivar atitudes em obediência à vontade de Deus.

A ênfase de Jesus sempre foi à prática de sua Palavra nos mínimos detalhes de nossas vidas. O texto de Lucas 6.46-49 nos mostra essa verdade. No conceito de Jesus, é correto alguém chamá-lo de Senhor e não fazer o que Ele ordena?

Amar a Deus é obedecê-lo e isso passa pelo processo de ter e guardar os seus mandamentos. A partir disso, três tipos de pessoas podem ser identificados; aqueles que não têm e, consequentemente, não guardam os mandamentos; aqueles que têm, mas não guardam os mandamentos e aqueles que têm e guardam os mandamentos. Em qual dos três grupos você se encontra? Em qual deles gostaria de estar?

O nosso amor a Deus não é manifestado apenas nos cultos dominicais ou de semana, levantamos as mãos e dizemos a Deus que o amamos. “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama”. O amor a Deus é demonstrado prioritariamente quando obedecemos aos seus mandamentos. Falar que amamos não é suficiente. Atitudes se fazem necessárias. Quanto a isso, Jesus disse o seguinte: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” Mt 7.21.

 

Em Cristo Jesus, esperança da Glória. Até a última casa!

 

                                                                                                           Pr. Luiz Antonio

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