terça-feira, 10 de março de 2020

Carta Pastoral 154 - A Tentação


Carta pastoral – Março de 2020 – ano V – 154



Série: “Conhecendo a Jesus, e o fazendo conhecido”



“A Tentação”



Texto para ler Mt 4.1-11     



Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

Em sua opinião, o que é tentação? Tentação é pecado?

Você esperava que as tentações cessassem após sua conversão a Jesus?

Em que circunstâncias você se percebe tentado?

Quando ouvimos a palavra tentação, dois episódios bíblicos podem vir à nossa mente. O primeiro é a tentação e queda do homem, registrado em Gênesis 3.1-24. O segundo episódio é a tentação de Jesus, registrada nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Nessa história, o diabo também é um dos personagens, atuando mais uma vez como tentador. Entretanto, ela tem um final diferente. Jesus não cede à tentação do inimigo, mas resiste-lhe através da Palavra de Deus. Por causa da derrota dos primeiros, toda a história humana foi manchada pelo pecado. Por causa do triunfo do último, a possibilidade de vitória sobre o pecado e de uma vida livre da corrupção e da morte é disponibilizada. O que podemos aprender sobre tentação com o episódio de Jesus? É sobre isso a nossa reflexão hoje. Que o Espírito Santo nos faça vencedores!

1.      A primeira tentação. O teste; Na primeira tentação, o diabo coloca em dúvida a filiação divina de Jesus, desafiando-o a realizar um milagre que satisfaria a sua necessidade de comida e comprovaria ser ele o Filho de Deus. Ele intentou gerar insegurança e orgulho no coração de Jesus (“Se és o Filho de Deus”), além de egocentrismo e autonomia em relação ao Pai, o qual já havia preparado para ele todos os cuidados necessários para o pós-jejum (Mateus 4.11). Apesar de Jesus não ter uma natureza pecaminosa, essa foi uma tentação da carne, da satisfação imediata dos apetites. A resposta; Jesus não se permite cair na armadilha do tentador. Ele rebate a tentação provocadora utilizando-se das Sagradas Escrituras. Ele toma “a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Efésios 6.17), e contra-ataca a investida do diabo. A palavra de Deus era seu principal alimento, sua necessidade maior. Sendo assim, não duvidaria de quem era, pois seu Pai já o havia afirmado e daria mais atenção à vontade de Deus do que às suas necessidades físicas momentâneas, crendo que o Pai já havia preparado todo o suprimento de que Ele necessitava.

2.      A segunda tentação. O teste; Na segunda tentação, o diabo tira Jesus do deserto e o leva à parte mais alta do templo de Jerusalém. Duvidando mais uma vez de sua filiação divina, ele desafia Jesus a testar o cuidado paternal de Deus por sua vida, jogando-se do alto do templo. Para tanto, ele se utiliza da mesma estratégia de Jesus, citando um texto das Sagradas Escrituras com o sentido distorcido. A confiança de Jesus na proteção e cuidado do Pai é atacada. Mais uma vez o diabo tenta semear dúvida e orgulho em seu coração. A resposta; Jesus não se deixa enganar e responde com a mesma moeda, desmascarando, a interpretação e aplicação incorretas que o tentador havia feito do texto bíblico citado. O cuidado do Pai por sua vida não precisava ser provado. Não era necessário testar o Pai para saber que ele o amava como Filho. Ele já havia dito isso.

3.    A terceira tentação. O teste; Na terceira tentação, o diabo leva Jesus para um monte muito alto e lhe mostra a glória dos reinos do mundo. De posse desses reinos, ele os oferece a Jesus em troca de adoração. Em sua última tentativa, o diabo não faz uma provocação, mas oferece a Jesus a facilidade de uma troca. Ele não precisaria morrer na cruz para readquirir a posse da terra. Isso lhe seria dado em troca de uma simples adoração. A resposta; Jesus rejeita a proposta e ordena que o tentador se retire. Citando mais uma vez as Escrituras, ele diz que apenas o Senhor é digno de culto. Indiretamente, ele também que não tomaria atalhos para redimir a humanidade, mas realizaria a vontade de Deus quanto a isso. Satanás se retira e o Pai dá ordem aos anjos para servirem o Filho de Deus em suas necessidades.

Quando o diabo nos tenta, ataca:

·      Nossas fraquezas e fragilidades;

·      Nossa identidade de filhos de Deus; Instigando-nos ao orgulho, à vaidade, à autonomia e à ganância;

·      Tentando nos tornar egocêntricos, desviando nossos olhos para necessidades pessoais;

·      Utilizando as Escrituras e distorcendo o seu significado;

·      Nossa confiança em Deus e em sua Palavra;

·      Oferecendo-nos atalhos.

Como Jesus, devemos contra-atacar:

·      Ungidos e cheios do Espírito Santo;

·      Utilizando as Escrituras, a partir de uma interpretação e aplicação corretas;

·      Valorizando mais a comunhão com Deus do que as necessidades pessoais;

·      Não querendo provar nada a nosso próprio respeito;

·      Reconhecendo a soberania de Deus e se submetendo à sua autoridade.

Em Cristo Jesus, esperança da glória. Até a última casa!



                                                                                                           Pr. Luiz Antonio

terça-feira, 3 de março de 2020

Carta Pastoral 153 - O Batismo de Jesus


Carta pastoral – Março de 2020 – ano V – 153



Série: “Conhecendo a Jesus, e o fazendo conhecido”



“O Batismo de Jesus”

 


Texto para ler Mt 3.1-17     



Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

Há poucos registros acerca da infância de Jesus. Uma exceção é o texto de Lucas 2.41-52, que relata sua visita ao templo com seus pais quando tinha 12 anos de idade. Por isso, logo após os acontecimentos que compõem o nascimento de Jesus, os evangelhos saltam para a narrativa do seu batismo. É sobre isso que iremos refletir hoje. O texto acima registra a história do batismo de Jesus. A partir dele e de outros textos bíblicos, podemos identificar três tipos de batismo e seus significados:

1.      O batismo de João Batista. O batismo de João era um batismo de arrependimento. Arrependimento, ao contrário do que muitos pensam, não significa “tristeza”. A melhor palavra correspondente a tristeza seria “remorso”. Arrependimento significa “mudança de atitude”. O batismo de João não era uma ministração mágica que dava à pessoa o poder de mudar devida. Ele não era ministrado àqueles que queriam se arrepender, mas, sim, àqueles que já tinham e estavam se arrependendo dos seus pecados. Sendo assim, ele era um símbolo externo de algo que já havia acontecido no coração e na vida das pessoas. Por isso, João Batista repreendeu tão duramente os fariseu e saduceus que foram a ele para serem batizados, dizendo-lhes que, primeiramente, deveriam mostrar frutos de arrependimento.

2.      O batismo de Jesus. Tendo o batismo de João o significado acima exposto, por que Jesus foi por ele batizado? Precisaria Jesus de arrependimento, perdão e purificação? A resposta é, evidentemente, não. Por que, então, Jesus foi batizado por João Batista? Qual o significado desse batismo? A razão apresentada por Jesus para ser batizado por João foi “cumprir toda a justiça”. Que justiça é essa? De maneira simples, podemos dizer que “cumprir toda a justiça” significava, naquele contexto, obedecer à vontade de Deus. Ao ser batizado por João Batista, então, Jesus estava demonstrando submissão a Deus e apoio público ao seu ministério. Além disso, podemos apontar os seguintes significados e consequências do batismo de Jesus:

a. Identificação com os pecadores. Ao receber um batismo que era próprio a pecadores, Jesus, apesar de não ter pecado, estava se identificando com eles, com a expectativa de substituí-los (2Coríntios 5.21);

b. Anúncio público da chegada do Messias e do início do seu ministério (João 1.29-34);

c. Recebimento da unção do Espírito Santo e preparação para o ministério (Mateus 3.16);

d. Afirmação de sua identidade de Filho de Deus e aprovação divina (Mateus 3.17).

3.    O batismo com o Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo é um batismo ministrado por Jesus e que pode ter pelo menos três significados e consequências:

a.       Regeneração: promove regeneração a quem o recebe. O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito’”. “Ver” e “entrar no Reino” têm como significado entender e crer no Evangelho. O texto nos ensina, então, que ninguém pode entender e crer no Evangelho se não nascer de novo, ou seja, se o Espírito Santo não agir em seu coração operando a regeneração. Esse é o primeiro impacto do batismo com o Espírito Santo;

b.      Santificação: Espírito, tem como objetivo purificar o cristão, ou seja, capacitá-lo para se santificar. Isso está conectado à ideia do ser cheio do Espírito, que está em Efésios 5.18-21. Aquele que é cheio do Espírito, manifesta o próprio Espírito através de sua vida, o qual tem como fruto o “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” citados em Gálatas 5.22-23;

c.       Capacitação: O próprio Jesus, após ser batizado nas águas por João Batista, recebeu dos céus o Espírito Santo, o qual, segundo Lucas 4.18, o capacitaria para realizar a obra do Reino. Jesus disse que os seus discípulos receberiam poder quando o Espírito Santo descesse sobre eles e que, assim, eles seriam suas testemunhas. Em 1Coríntios 12.7-11, Paulo fala sobre as diversas manifestações do Espírito Santo (dons espirituais), que capacitam o seu corpo para a realização da obra.



Na carta de hoje, falamos sobre três batismos:

• O batismo de João Batista, que é um batismo de arrependimento, perdão e purificação dos pecados;

• O batismo de Jesus, que é um batismo de obediência a Deus e identificação com os pecadores;

• O batismo com o Espírito Santo, que é um batismo de regeneração, santificação e capacitação. Quais desses batismos você já recebeu? Quais você gostaria de receber?



Em Cristo Jesus, esperança da glória. Até a última casa!


                                                                                                           Pr. Luiz Antonio

Seguidores