terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Carta Pastoral 169 - O que Deus espera de nós?

 Carta pastoral – Dezembro de 2020 – ano V – 169

     Série: “Jornada 12 em 4”

“O que Deus espera de nós?”

Texto para ler: Mateus 28.18-20

Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

Chegamos ao final de mais um ano! Muitos sonhos e projetos precisaram ser adiados, devido ao momento adverso que enfrentamos. Um novo ano sempre alimenta em nós, novas expectativas e é natural esperarmos algo de Deus em nosso favor. Mas o que propomos hoje é “o que Deus espera de nós?” queremos responder à pergunta que surge naturalmente: “o que Deus espera de nós que fomos salvos, cheios do Espírito Santo e que estamos em aliança com Ele”?

Claro que esta pergunta é muito ampla e envolve inúmeras diferentes respostas. Por exemplo, Deus espera que sejamos sempre cheios do Espírito Santo, que sejamos fiéis, que cresçamos no conhecimento da pessoa, da obra e do ensino de Jesus Cristo, que sejamos semelhantes a Ele, que o louvemos e adoremos com sinceridade, que o sirvamos com nossos dons e talentos, etc. Tudo isso é verdade e ainda há muito mais a ser descoberto e experimentado. Hoje, entretanto, vamos considerar, como um ponto fundamental do Cristianismo, o chamado que Jesus fez a todos os que se dizem cristãos de verdade.

O texto acima é conhecido como “A Grande Comissão”, dada por Jesus a todo cristão. Estas foram as últimas palavras de Jesus antes de voltar para o céu, que resumem muito bem o que Ele espera de nós. Jesus delegou a tarefa de testemunhar e fazer discípulos a todos aqueles que já nasceram de novo e que já fizeram dele o Senhor e Salvador de sua vida. Isto certamente nos inclui. Nossa missão principal é trazer novas pessoas para o Reino de Deus, cuidar delas e treiná-las para fazer o mesmo com outros. O mandamento básico que Jesus nos deu no verso 19 é fazer discípulos. É isto o que Deus espera de todos nós: que façamos discípulos.

O que significa a palavra discípulo? Você pode afirmar que é um discípulo de Jesus Cristo? Por quê? Há quanto tempo? Neste período, você já fez um novo discípulo para Jesus?

Jesus não nos mandou fazer convertidos, mas sim fazermos discípulos. Fazer um discípulo é testemunhar para uma pessoa, ganhá-la para Cristo e se responsabilizar de oferecer todos os cuidados necessários para que ele também cresça e se torne um seguidor de Jesus saudável e maduro na fé. Isso não é somente um dever sagrado para cada cristão, mas um imenso privilégio.

Sabendo que esta não seria uma tarefa fácil ou natural para nós, em Atos 1.8, durante a sua partida e no mesmo contexto do anúncio da grande comissão, Jesus prometeu que nos daria o poder para sermos suas testemunhas. Ou seja, a Grande Comissão é um mandamento com uma promessa: Ele nos pede algo para o qual já nos concedeu o poder para fazê-lo. Só falta entender que esta é mesmo a vontade de Deus e começarmos a praticá-la em nossa vida. Vamos ver como.

1.      O Evangelho é uma boa notícia a ser espalhada. A palavra “Evangelho” tem o significado de “boas novas”. De acordo com 1 Coríntios 15.1-4, a boa notícia é que Cristo morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia. Ou seja, os seres humanos podem ter os seus pecados perdoados através da morte e ressurreição de Jesus. Sendo assim, o primeiro apelo do Evangelho é que todos reconheçam e confessem que são pecadores e que estão desconectados de Deus. Assim, os que creem no Evangelho, que recebem a morte e ressurreição de Cristo pelos seus pecados, são salvos e se tornam verdadeiros cristãos e discípulos de Cristo. São estes, os discípulos de Jesus, que são chamados por Ele para espalhar as boas novas e fazer outros discípulos, tornando-se um cristão contagiante.

2.      Fazer discípulos deve se tornar um estilo de vida de todo cristão. Deus planejou que cada um de nós, vivendo seu dia-a-dia, fosse uma testemunha de Jesus. Mas o diabo, que mantém a maioria da humanidade cega a respeito da salvação gratuita através de Jesus, não quer que façamos discípulos. E uma das suas principais estratégias é colocar na cabeça dos crentes algumas mentiras e noções erradas. Por exemplo:

• Ele quer que a gente acredite que a maioria das pessoas é alcançada por pregadores profissionais, ou por campanhas evangelísticas, pela TV ou folhetos. Isto é uma grande mentira. A maioria das pessoas é alcançada por seus próprios amigos e parentes, que são cristãos comuns. Eles veem a mudança que Cristo realizou, observam o comportamento e acabam se interessando.

• Ele também quer nos induzir a pensar que evangelizar significa apenas dizer as palavras corretas e fazer uma pregação completa. Mas a realidade é que as pessoas são alcançadas para Jesus por meio de relacionamentos significativos, amizade sincera, amor prático e, principalmente, quando contamos a eles, de maneira simples e natural, o nosso testemunho, aquilo que Deus fez em nossa vida.

• E, principalmente, ele quer que a gente acredite que as pessoas não querem Deus. Mas a realidade é que milhares de pessoas têm fome de Deus, e que o Espírito Santo está trabalhando incansavelmente na vida das pessoas, preparando-as para a nossa chegada com a mensagem do Evangelho. É por isso que a Bíblia fala que os campos já estão brancos para a colheita (João 4.35). Portanto, há muitas pessoas, entre eles os nossos melhores amigos e parentes, que já estão prontas para ouvir o evangelho e receber a Jesus.

 

A vida cristã normal inclui repartir a nossa fé com outros, por isso cremos que evangelizar e fazer discípulos é um estilo de vida que Deus quer que todo cristão viva.

Em Cristo Jesus, esperança da Glória. Até a última casa!

 

                                                                                                          Pr. Luiz Antonio

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Carta Pastoral 168 - A prática do Amor

 Carta pastoral – Dezembro de 2020 – ano V – 168

     Série: “Jornada 12 em 4”

“A prática do Amor”


Texto para ler: Lucas 10.25-37

 

Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

A Parábola do Bom Samaritano é uma das histórias contadas por Jesus mais conhecidas. Não se sabe ao certo se o relato está baseado em fatos reais ou se é puramente fictício. Contudo, sendo real ou não, é grande a influência do gesto desse samaritano ao longo da História. Muitas foram e ainda serão as iniciativas inspiradas por ele. Desse texto, podemos extrair as seguintes lições:

 

1.      Saber e não fazer é o mesmo que não saber. O texto começa com um conhecedor da lei fazendo um pergunta mal-intencionada a Jesus: “Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna?”. Jesus, como mestre que era, responde à pergunta com outra: O que está escrito na Lei? Como você a lê? O doutor da lei, enquanto profundo conhecedor da Lei, respondeu citando dois mandamentos, os quais Jesus considerava os maiores Mateus 24.27: “Ame o Senhor, o seu Deus, e o seu próximo como a si mesmo”. Jesus, concordando com a resposta, mas querendo confrontar o doutor, disse: “Você respondeu corretamente. Faça isso, e viverá”. A pergunta do doutor da lei buscou o que ele precisava fazer para herdar a vida eterna. A resposta de Jesus lhe disse que ele precisaria não apenas saber a resposta, mas praticá-la. Afinal, ele procurava pelo que deveria ser feito. Saber a resposta certa não seria suficiente caso ela não fosse colocada em prática. Fazer é diferente de saber, especialmente quando se trata do amor. De que adianta conhecer sobre o amor, mas não o praticar? Qual a distância entre o que você sabe e o que pratica quanto ao amor?

2.      A razão de nossas vidas é o amor. Quando Jesus disse ao doutor que ele havia respondido à sua pergunta corretamente, de alguma maneira, concordou que, para se obter a vida eterna, a prática do amor é necessária. Com isso, certamente, não quis dizer que a salvação de uma pessoa se dá através de suas obras de amor. A salvação é pela graça mediante a fé Ef 2.8-9. Contudo, podemos afirmar que Jesus quis dizer que a vida verdadeira não é possível fora do amor, ou seja, só desfruta verdadeiramente a vida aquele que se dedica à prática do amor. A razão de ser da vida é o amor e, por isso, ele é a essência da Lei de Deus, a qual quer ensinar aos homens a como viver. Assim, quem vive sem a prática do amor tem uma vida vazia e sem sentido. Ao contrário, quem pratica o amor tem uma vida plena e satisfatória.

3.      Seja o próximo de alguém. Após receber a resposta de Jesus, o doutor da lei, querendo se justificar, perguntou: “E quem é o meu próximo?”. A essa pergunta, Jesus respondeu contando-lhe a Parábola do Bom Samaritano. Terminada a história, ele perguntou ao perito: “qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”. Que curioso! A pergunta do doutor da lei buscava por quem seria o seu próximo. A de Jesus, contudo, procurava por quem tinha sido o próximo do homem em necessidade. Ao que parece, Jesus e o doutor pensavam sobre o próximo de modo diferente. Mas não estaria a perspectiva do doutor da lei de acordo com o mandamento citado e, portanto, correta? Por que Jesus apresentou o próximo de uma maneira diferente? O doutor estava preocupado em saber quem era o seu próximo. Todavia, Jesus estava interessado em que ele fosse o próximo de alguém. Assim, não se preocupe em saber quem é o seu próximo; preocupe-se em ser o próximo de alguém. Não se preocupe em saber quem é o seu próximo; preocupe-se em saber quem é você. O seu próximo é todo e qualquer pessoa que surgir em seu caminho com uma necessidade. Seja o próximo dessa pessoa.

4.      Esteja sempre pronto para amar. Na parábola contada por Jesus, um sacerdote e um levita viram um homem em necessidade, mas não se dispuseram a ajudá-lo. O samaritano, contudo, apesar de seus compromissos, parou para socorrê-lo. Essa atitude do samaritano nos ensina sobre a importância de estarmos sempre prontos para amar. Quando viram o homem em necessidade, o sacerdote e o levita se perguntaram: o que eu vou perder se o ajudar? Porém, quando o samaritano o viu, se perguntou: o que ele irá perder se eu não o ajudar? Só está sempre pronto para amar aquele que se dispõe a perder.

5.      O amor não é um sentimento. A parábola contada por Jesus nos apresenta um samaritano socorrendo, provavelmente, um judeu que estava em necessidade. A Bíblia diz que os judeus e os samaritanos não se davam bem uns com os outros; eram inimigos. Como foi possível, então, a um samaritano amar um judeu necessitado? O amor não é um sentimento, mas uma decisão pensada e calculada. Deus ama apesar de seus sentimentos. A Bíblia diz que ele sente ira contra o pecador, mas o ama mesmo assim. Os sentimentos são reações involuntárias diante de situações externas. Por isso, não geram responsabilidade. Contudo, amar é uma decisão e, por isso, é responsabilidade. Jesus nos ensinou a amar os inimigos. Se o amor fosse um sentimento quem seria capaz de fazer isso? Todavia, se é uma atitude, quem não poderia?

 

Esse texto se encerra com Jesus dizendo ao doutor da lei: “Vá e faça o mesmo”. Essas são as mesmas palavras dele para nós hoje. E, para a prática do amor, temos o bom samaritano como um grande exemplo e inspiração.

 

Em Cristo Jesus, esperança da Glória. Até a última casa!

 

                                                                                                          Pr. Luiz Antonio

Seguidores