Carta pastoral – Outubro de 2020 – ano V – 160
Série: “Jornada 12 em 4”
“Paixão pela Igreja de Cristo”
Texto para ler: Jeremias 2.2,32-33; 3.1,20; Efésios
5.25-29
Se você é casado(a),
como se sente ao ver seu cônjuge sendo maltratado por alguém? Se solteiro(a),
quais são seus sentimentos ao ver sua mãe ou um familiar sendo maltratado?
A Bíblia
compara a Igreja a uma noiva e a uma esposa. O Senhor é apaixonado pela Igreja
e se importa com tudo que lhe diz respeito. Ao ver sua Igreja sendo maltratada,
fica irado e, por zelo e cuidado, atua em seu socorro e proteção. Quando a vê
sendo cortejada por outros e cedendo à tentação, fica enciumado e entristecido.
Assim o Pai se expressa, por meio do profeta Jeremias: Eu me lembro de sua
fidelidade quando você era jovem: como noiva, você me amava e me seguia pelo
deserto, por uma terra não semeada. (...) Será que uma jovem se esquece das
suas joias, ou uma noiva, de seus enfeites nupciais? Contudo, o meu povo
esqueceu-se de mim por dias sem fim. Com quanta habilidade você busca o amor!
Mesmo as mulheres da pior espécie aprenderam com o seu procedimento. (...) Você
tem se prostituído com muitos amantes e, agora, quer voltar para mim?, pergunta
o Senhor. (...) Como a mulher que trai o marido, assim você tem sido infiel
comigo, ó comunidade de Israel, declara o Senhor. Jeremias 2.2,32-33;
3.1,20.
Se Deus é tão apaixonado pela Igreja, a ponto de
sentir ciúmes, paixão pela Igreja é algo que também deve estar no coração
daqueles que são apaixonados por Deus. Entretanto, como já aprendemos, a paixão
não pode se limitar apenas a um sentimento, deve motivar-nos a agir. Que ações
o nosso apaixonado Deus pratica em favor de sua amada noiva? E nós, como
apaixonados pela Igreja, o que deveríamos fazer por ela?
Paulo trata desse tema
quando escreve aos Efésios: Maridos, ame cada um à sua mulher, assim como Cristo
amou a igreja e entregou-se por ela para santificá-la, tendo-a purificado
pelo lavar da água mediante a palavra, e para apresentá-la a si mesmo como
igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e
inculpável. Da mesma forma, os maridos devem amar cada um à sua mulher como a
seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém
jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também
Cristo faz com a igreja, Efésios 5.25-29.
1. Paixão
pela Igreja é entrega em favor dela. Paulo enfatiza que o marido
deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja. Como Jesus amou sua Igreja?
Entregando-se em favor dela. Nós também, como apaixonados pela Igreja, devemos
entregar-nos por ela, investindo o melhor dos nossos recursos. A paixão pela
Igreja pede que eu e você, por sermos apaixonados por Deus, nos disponhamos a
dar nosso tempo, habilidades e energia em prol dela.
2. Paixão
pela Igreja é trabalhar para edificá-la. Jesus se entregou em favor
da Igreja para santificá-la, de modo que ela lhe seja apresentada gloriosa,
santa e inculpável, escreve Paulo. Como noivo apaixonado, Jesus está
trabalhando pela edificação de sua amada. Paixão pela Igreja é trabalhar para
edificá-la. E essa edificação é manifestada pelo uso dos dons espirituais dados
pelo Espírito Santo à sua Igreja, como afirma Paulo em 1 Coríntios 12.1-31.
A Igreja é um organismo que se edifica a si mesma com o auxílio de Deus. Em Efésios
4.15-16 lemos: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo
naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo
auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida
em que cada parte realiza a sua função”. Paixão pela Igreja se manifesta ao
sermos motivados a trabalhar pela sua edificação e cada um de nós faz a sua
parte.
3. Paixão pela Igreja é cuidar. Jesus
cuida e alimenta a Igreja assim como alguém faria com o seu próprio corpo.
Paixão pela Igreja implica cuidado. O cuidado motivado pela paixão nos leva ao
zelo. Quando Jesus expulsou com violência os vendedores e cambistas do Templo
de Jerusalém, os discípulos, ao verem o Mestre tão irado, lembraram-se do Salmo
69.9: “Pois o zelo da tua casa me consome, e os insultos daqueles que te
insultam caem sobre mim”. Jesus, movido pela paixão, cuidou da casa de seu
Pai. Paixão pela Igreja deve nos levar a cuidar e zelar por ela. Como
podemos cuidar e zelar pela Igreja? A essa pergunta Paulo responde com estas
palavras, em sua carta aos Efésios: “Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes
que vivam de maneira digna da vocação que receberam. Sejam completamente
humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam
todo o possível para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um
só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram
chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai
de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos,” Efésios
4.1-4. O cuidado e o zelo a que a paixão pela Igreja nos induz se manifesta
na conservação da sua unidade.
Essa paixão se
manifesta por meio de entrega, trabalho e cuidado para que a Igreja seja
edificada e a sua unidade seja mantida. Ela é a noiva amada de Cristo e ele,
como noivo apaixonado, age em favor dela. É impossível não amar o que Jesus
ama. Paixão por Deus resulta em paixão pela Igreja.
Em Cristo Jesus, esperança da Glória.
Até a última casa!
Pr. Luiz Antonio
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