Carta pastoral – Setembro de 2020 – ano V – 159
Série: “Jornada 12 em 4”
“Santidade como Estilo de vida”
Texto para ler: João 14.21,23; Romanos 8.28-29
Em sua opinião, o que
é santidade? O que é ser santo? É possível ao ser humano comum ser santo?
Por causa da cultura
religiosa de nosso país, muitos de nós, ao ouvir a palavra “santo” pensam nos
homens e mulheres que foram canonizados pela Igreja Católica e em suas imagens.
Assim, o conceito de santidade é o de algo acessível apenas a pessoas
extraordinárias e especiais, que estão em um patamar acima dos seres humanos
comuns. Aos meros mortais resta apenas se inspirar nesses homens e mulheres
para tentar, a duras penas e com muitos fracassos, ser pessoas melhores.
Esse pensamento, entretanto, não é
bíblico. Não são esses os conceitos que a Bíblia tem para “santo” e
“santidade”. Nela, “santo” tem o sentido de “separado” e “santidade”, de
“separação”. Separado do quê? Separação para quê? Separado do pecado e
separação para Deus. Assim, os conceitos de “pecado” e de “Deus” estão
intimamente ligados aos de “santo” e “santidade”. Eu me torno santo à medida
que me separo do pecado. Pecado é a transgressão voluntária da Lei. É quando o
ser humano, por sua livre escolha, desobedece à vontade do Senhor. Eu me torno
santo à medida que me disponho a obedecer à vontade do Pai e me separo para
ele. O grande propósito e motivação para a santidade é Deus e o experimentar de
sua presença. Eu me separo do pecado para estar com Deus. Eu tenho Santidade
como Estilo de Vida porque
tenho paixão por Deus.
A paixão por Deus é o grande incentivo
para sermos santos. Contudo, o que é santidade, de maneira concreta? Qual o
perfil de uma pessoa santa? A Bíblia responde a essa pergunta em
Rm 8.28-29:
1. Santidade é ser como
Jesus. Os
que amam a Deus se tornam conformes à imagem de seu Filho. Assim, santidade é
algo concreto e tem um perfil definido. Ser santo é ser como Jesus. Agir com
santidade é agir como Jesus agiria. O apóstolo Pedro também escreve sobre isso
em 1 Pedro 2.21. Ser santo é seguir os passos de Jesus. O
escritor Charles Sheldon incentiva todos aqueles que estão buscando santidade a
se perguntar antes de qualquer ação: “Em meus passos, o que faria Jesus?”
2.
Santidade é propósito de Deus para seus filhos. “Chamados”,
“propósito” e “predestinou” são termos usados para declarar que Deus chamou os
seus filhos para serem santos, estabelecendo a santidade como um dos propósitos
para a vida deles. O que isso quer dizer? Propósito é sinônimo de destino. Mas
para onde? Para quê? O propósito está relacionado ao sentido da vida. Assim, se
santidade é propósito do Pai para seus filhos, a vida de um filho de Deus só
terá sentido se for santa. Um filho de Deus só terá uma vida cheia de
significado se estiver caminhando em direção à santidade. Sem santidade a vida
perde o seu sentido e fica vazia.
3.
Santidade é integral, ou seja, do corpo e do espírito. Purifiquemo-nos de tudo o que
contamina o corpo e o espírito. Santidade não diz respeito apenas ao que é
espiritual. O pecado não afeta apenas o nosso espírito. A santidade também diz
respeito ao corpo. Gênesis 2.7 declara que o Senhor criou o ser humano com
parte material, o pó da terra, e imaterial, o fôlego de vida. Ele não despreza
o corpo em favor do espírito nem vice-versa. Seu desejo é que nós tenhamos uma
santidade integral, que envolva o corpo, a alma e o espírito.
4.
Santidade se desenvolve em um processo. Purifiquemo-nos de tudo o que
contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade. Santidade é algo que
não se adquire em um único momento, em um estalar de dedos. Ela se desenvolve
em um processo, é aperfeiçoada à medida que perseveramos em deixar o pecado e
obedecer a Deus. Não devemos cultivar expectativas erradas quanto à santidade,
esperando alcançá-la de uma vez por todas em uma reunião do GCEU ou por meio de
uma oração. Ela não é instantânea. A santidade é uma estrada que se percorre
com perseverança.
5. Santidade se dá pelo
temor a Deus. Purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a
santidade no temor de Deus. Para sermos santos devemos temer a Deus. O temor a Deus não nos motiva à santidade
colocando em nós medo do castigo divino caso pecarmos. Definitivamente, não! O
temor a Deus nos leva à santidade alertando-nos das trágicas consequências do
nosso pecado e nos apontando o melhor caminho a seguir. O temor do Senhor é o
princípio do conhecimento, ensina o Livro de Provérbios. O temor do Senhor nos
capacita a fazer boas escolhas.
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