Carta
pastoral – Julho de 2018 – ano III – 097
Série
“Alinhando a visão”
“Multidão,
Seguidor e Discípulo - 03”
Textos
para ler: Mt 28.18-20; Mc 3.13-15; 2Tm 2.1-2; Jo 15.12-15.
Queridos e amados irmãos,
que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.
O terceiro nível
de relacionamento que Jesus construiu foi com seus discípulos. Neste nível, a
proximidade é total, a intimidade e a liberdade com as quais se expressam
pensamentos e sentimentos são completas; o compromisso e a renúncia também são
totais. As motivações dos discípulos e o potencial de resposta de cada um são
intimamente conhecidos e sobre essas bases os desafios são realizados.
O discipulado nos
falam da aceitação do preço da cruz. É interessante vermos que Jesus pegou
homens comuns, analfabetos, sem formação religiosa alguma e passou a esses
homens todo o seu ministério, sua unção e sua autoridade. Jesus passou o seu
“manto”. É importante entendermos que Ele não deixou por herança o ministério
para a multidão. Somente os discípulos receberam um ministério.
Da mesma forma, é
necessário entender que antes de alguém ser enviado para um lugar, ou liberado para
ocupar uma função qualquer na igreja, ou estar à frente de qualquer obra, como
líder, como obreiro, ou como pastor é necessário que sejam estabelecidos fortes
vínculos de discipulado.
Muitos têm
priorizado o “ir” em detrimento do “ser”, o realizar a obra de Deus em vez de
enfatizar a necessidade de vida, de formação do caráter de Cristo como condição
para isso. Antes de dar qualquer coisa, para alguém fazer, precisamos aprovar
essa pessoa através de vínculos de discipulado, em confiança, em amor e em sujeição.
Discipulado nos
falam de pegarmos alguém no nível do vale e o levarmos para o nível do monte.
Fala-nos de ensinar e praticarmos juntos as disciplinas espirituais, corrigindo
os princípios de vida errados enraizados em sua alma, as heranças familiares,
as formas erradas de responder às falácias do diabo, etc.
Só o discipulado
equilibrado pode gerar líderes de fato aprovados. Todavia, é importante
ressaltar que não podemos levar alguém além de onde nós mesmos já chegamos. O
discípulo não pode ser superior ao seu mestre.
Assim, o
discipulado é uma visão de reprodução, de multiplicação. No relacionamento de discipulado,
o discipulador vai plantar a Palavra, vai instruir nos princípios de Deus, vai
armar, vai equipar, vai adestrar, vai tornar o discípulo íntimo das armas,
torná-lo perigoso espiritualmente contra as trevas, e então vai enviá-lo.
Não são programações
que vão instruir discípulos. A Palavra diz que é o Espírito Santo quem gera
crescimento em nós. Assim, quando oramos pedindo a Deus que nos forme, Ele nos
responde nos levando a situações que irão nos quebrar e moldar.
Em Mateus 4:23, a
Palavra nos diz: “Percorria Jesus toda a Galileia ensinando nas Sinagogas,
pregando o Evangelho do Reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades
entre o povo”. O aspecto de ensino a um público é apenas umas das formas de ensino
usadas por Jesus. Esta forma de instruir traz resultados, mas não é completa.
Jesus era também um professor, mas investiu mais no discipulado. Uma grande
perda é nos prendermos exclusivamente ao ensino de sala de aula. Basicamente só
existem professores em nossas igrejas. Precisamos desesperadamente de discipuladores.
Finalmente, no
final do Evangelho de Mateus, fechando seu ministério, Jesus orienta a Igreja a
ir e a fazer discípulos, ensinando- os a guardar a Palavra. Ele não disse:
“ensine-os a entender”, mas ensine-os a guardar. O ensino de púlpito atinge
tanto a multidão quanto o seguidor ocasional, mas não faz discípulos. Jesus não
tinha o pensamento de que o ensino impessoal praticado nas sinagogas formaria
alguém. O que levou vidas a serem semelhantes a Ele foi um vínculo sólido e
profundo de discipulado.
O nível de ensino
que precisamos praticar é o “ensinar a guardar” e só se atinge este nível de
ensino com profundo compromisso de relacionamento, onde eu posso ver a
realidade de vida do meu discipulador e entrar naquela realidade. Eu vejo a
altura em Deus que ele atingiu, vejo o monte e caminho do nível do vale, onde
estou, até chegar onde ele está.
O discipulado não
é algo de tempo indefinido. Ele eventualmente se encerrará. Quando já tiver a
prática de todo o conselho de Deus, o discipulado se encerra, mas permanecem os
vínculos. Alguém pode ficar longos anos tentando aprender inglês num
determinado curso, ao passo que se fosse viver num país onde se fala essa
língua, não precisaria esperar tanto tempo. Por que tais resultados? Por causa
do nível de vínculo e de intimidade gerados para com a língua. Precisamos
vencer nossos medos e chamar alguns discípulos para estarem mais próximos de
nós.
Precisamos
entender com clareza isto: discipulado são vínculos formados em Deus, vínculos
que implicam em decisão, custos a serem pagos e um objetivo a ser cumprido.
Esse é o nível de
vida cristã que o Senhor quer conduzir a IMW Santos Dumont; Discípulos
discipuladores, que ensinam aos outros através de uma vida profunda em Deus,
sendo exemplo vivo.
Em Cristo Jesus, o
padrão perfeito. Até a última casa!
Pr. Luiz Antonio
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