domingo, 8 de julho de 2018

Carta Pastoral 095 - Multidão, Seguidor e Discípulo


Carta pastoral – Julho de 2018 – ano III – 095

Série “Alinhando a visão”

“Multidão, Seguidor e Discípulo”

Textos para ler: Jo 6.2; Jo 6.22-26; Mt 27.20-25.



Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

Discipulado é viver uma vida de renúncia. Mas por que devemos renunciar? Porque essa é a única forma que Deus tem para produzir em nós quebrantamento e real dependência dEle, que é o caminho para a maturidade. Discipulado é aparentemente uma perda, mas uma perda que desemboca numa gloriosa vida quebrantada. Quem aceita tornar-se discípulo, perde a sua vida para ganhar a vida de Deus. Quem não aceita, vive uma vida natural e medíocre, não cresce e é uma eterna criança na fé.

Jesus desenvolveu pelo menos três tipos de relacionamentos. Podemos observar esses mesmos três tipos de pessoas frequentando nossa igreja hoje. Podemos dizer que em toda igreja existe o congregado, o participante e o discípulo.

Ao congregado vamos chamar de multidão. Ao participante vamos denominar de seguidor ocasional e vamos colocar esses dois níveis de relacionamento em contraste com a vida de um discípulo.

1. Jesus e a multidão

O primeiro nível de relacionamento que Jesus travou foi o relacionamento com a multidão. O ministério de Jesus foi um ministério de multidões, mas Ele nunca as priorizou. Por quê? Porque o nível de resposta e de compromisso da multidão é pequeno, inseguro, desconhecido e o nível de impacto e transformação da Palavra sobre ela é pequeno. Jesus deu prioridade aos vínculos profundos que tinha com os discípulos. A Bíblia diz que a multidão o seguia por causa dos sinais e das curas que Ele fazia Jo 6.2. O que quer dizer isso? Quer dizer que a multidão, por não ter um relacionamento com Jesus, não era conhecida em suas motivações, e quem não é conhecido não é confiável. Precisamos reconhecer em nossa igreja aqueles amados que são da multidão, para não errarmos cobrando compromissos de quem não os quer ter. Jesus sabia disso. Sabia que aquele povo estava ali somente para receber e nada poderia ser cobrado dele. Outra coisa que define o comportamento da multidão é a busca da satisfação de suas próprias necessidades. Só se buscava o profeta de Nazaré quando havia uma necessidade esporádica. Assim, o compromisso estava condicionado às necessidades, por isso, a decisão de estar com Ele era uma decisão provisória, onde a independência conduzia o compromisso. Sendo assim, do que esse nível de relacionamento de Jesus com a multidão

nos fala? Fala-nos de crentes, possivelmente convertidos, salvos, batizados, mas que não têm nenhuma aliança com a igreja local, nem têm compromisso com o corpo. Buscam sempre seus próprios caminhos e suas diretrizes particulares. São pessoas que não se deixam tratar, têm uma forma de apresentação simpática, são até afetuosas, mas não se deixam tratar. O próprio fato de serem simpáticas mostra o seu desejo de se manterem à distância. Não nos permitem penetrar na sua intimidade, nos seus problemas, nos seus pecados, nas suas deficiências. São pessoas que não têm nenhum compromisso com a liderança e muito menos com a visão da igreja. Nem sequer têm compromisso de assiduidade e de participação naquilo que acontece na igreja. Como consequência disso,

são eternas crianças, conversadores, materialistas, problemáticos e, é duro admitir, em muitos lugares formam a maior parte do rol de membros das igrejas-berçário. São crentes, eventualmente dão o dízimo, têm uma conduta religiosa, mas se acostumaram com relacionamentos superficiais na casa de Deus. Todas as áreas de sua vida são mais ou menos nebulosas. Vivem em altos e baixos em sua vida cristã.

O que leva alguém a ser multidão?

Evidentemente, existem pessoas que vivem nesse nível de relacionamento por não terem recebido instrução ou ensinamento. Diríamos que são multidão involuntariamente. Mas a maioria faz uma opção por esse nível de relacionamento por inúmeras razões.  Talvez o motivo que traga a multidão à igreja seja um mero compromisso religioso, ou a necessidade de libertação em alguma área, a necessidade de cura, ou de manter um agradável convívio social.

Portanto o nosso desafio é identificar essa multidão e se empenhar em conduzi-los a um outro nível de relacionamento mais profundo com Jesus.

Em Cristo Jesus, esperança da Glória. Até a última casa!
                                                                                                          Pr. Luiz Antonio

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