Carta
pastoral – Julho de 2018 – ano III – 095
Série
“Alinhando a visão”
“Multidão,
Seguidor e Discípulo”
Textos
para ler: Jo 6.2; Jo 6.22-26; Mt 27.20-25.
Queridos e amados irmãos,
que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.
Discipulado é
viver uma vida de renúncia. Mas por que devemos renunciar? Porque essa é a
única forma que Deus tem para produzir em nós quebrantamento e real dependência
dEle, que é o caminho para a maturidade. Discipulado é aparentemente uma perda,
mas uma perda que desemboca numa gloriosa vida quebrantada. Quem aceita tornar-se
discípulo, perde a sua vida para ganhar a vida de Deus. Quem não aceita, vive
uma vida natural e medíocre, não cresce e é uma eterna criança na fé.
Jesus desenvolveu
pelo menos três tipos de relacionamentos. Podemos observar esses mesmos três
tipos de pessoas frequentando nossa igreja hoje. Podemos dizer que em toda
igreja existe o congregado, o participante e o discípulo.
Ao congregado
vamos chamar de multidão. Ao participante vamos denominar de seguidor ocasional
e vamos colocar esses dois níveis de relacionamento em contraste com a vida de
um discípulo.
1. Jesus e a
multidão
O primeiro nível
de relacionamento que Jesus travou foi o relacionamento com a multidão. O
ministério de Jesus foi um ministério de multidões, mas Ele nunca as priorizou.
Por quê? Porque o nível de resposta e de compromisso da multidão é pequeno,
inseguro, desconhecido e o nível de impacto e transformação da Palavra sobre
ela é pequeno. Jesus deu prioridade aos vínculos profundos que tinha com os
discípulos. A Bíblia diz que a multidão o seguia por causa dos sinais e das
curas que Ele fazia Jo 6.2. O que
quer dizer isso? Quer dizer que a multidão, por não ter um relacionamento com
Jesus, não era conhecida em suas motivações, e quem não é conhecido não é
confiável. Precisamos reconhecer em nossa igreja aqueles amados que são da
multidão, para não errarmos cobrando compromissos de quem não os quer ter. Jesus
sabia disso. Sabia que aquele povo estava ali somente para receber e nada
poderia ser cobrado dele. Outra coisa que define o comportamento da multidão é
a busca da satisfação de suas próprias necessidades. Só se buscava o profeta de
Nazaré quando havia uma necessidade esporádica. Assim, o compromisso estava condicionado
às necessidades, por isso, a decisão de estar com Ele era uma decisão
provisória, onde a independência conduzia o compromisso. Sendo assim, do que
esse nível de relacionamento de Jesus com a multidão
nos fala? Fala-nos
de crentes, possivelmente convertidos, salvos, batizados, mas que não têm
nenhuma aliança com a igreja local, nem têm compromisso com o corpo. Buscam
sempre seus próprios caminhos e suas diretrizes particulares. São pessoas que
não se deixam tratar, têm uma forma de apresentação simpática, são até
afetuosas, mas não se deixam tratar. O próprio fato de serem simpáticas mostra
o seu desejo de se manterem à distância. Não nos permitem penetrar na sua intimidade,
nos seus problemas, nos seus pecados, nas suas deficiências. São pessoas que
não têm nenhum compromisso com a liderança e muito menos com a visão da igreja.
Nem sequer têm compromisso de assiduidade e de participação naquilo que
acontece na igreja. Como consequência disso,
são eternas
crianças, conversadores, materialistas, problemáticos e, é duro admitir, em
muitos lugares formam a maior parte do rol de membros das igrejas-berçário. São
crentes, eventualmente dão o dízimo, têm uma conduta religiosa, mas se
acostumaram com relacionamentos superficiais na casa de Deus. Todas as áreas de
sua vida são mais ou menos nebulosas. Vivem em altos e baixos em sua vida
cristã.
O que leva alguém
a ser multidão?
Evidentemente,
existem pessoas que vivem nesse nível de relacionamento por não terem recebido
instrução ou ensinamento. Diríamos que são multidão involuntariamente. Mas a
maioria faz uma opção por esse nível de relacionamento por inúmeras razões. Talvez o motivo que traga a multidão à igreja
seja um mero compromisso religioso, ou a necessidade de libertação em alguma
área, a necessidade de cura, ou de manter um agradável convívio social.
Portanto o nosso
desafio é identificar essa multidão e se empenhar em conduzi-los a um outro
nível de relacionamento mais profundo com Jesus.
Em Cristo Jesus,
esperança da Glória. Até a última casa!
Pr.
Luiz Antonio
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