Carta
pastoral – Julho de 2018 – ano III – 096
Série
“Alinhando a visão”
“Multidão,
Seguidor e Discípulo - 02”
Textos
para ler: Jo 3.1-21; Lc 18.18-30.
Queridos e amados irmãos,
que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.
O segundo nível de
relacionamento de Jesus foi com aquelas pessoas que O procuravam para serem
aconselhadas. Nós temos alguns exemplos. O primeiro é Nicodemos em Jo 3.1-21. Ele não era propriamente da
multidão, tinha um relacionamento mais próximo com Jesus. Todavia, não se
obrigava a obedecer a Palavra que Ele lhe dava. O fato de ele procurar Jesus de
noite mostra que ele tinha vergonha de sua fé e estava preocupado com a opinião
dos outros a seu respeito. Entretanto, ele ainda desejava saber mais do Senhor.
Seu relacionamento com o Senhor era mais próximo do que o da multidão, mas não
o suficiente para transformá-lo em discípulo.
O segundo exemplo
de seguidor ocasional é o jovem rico Lc
18.18-30. Ele era um homem que não pertencia à multidão e simpatizava com
Jesus. Essa era a sua característica que mais se destacava: a fidelidade
religiosa e até rigorosa da Lei. Mas, sendo confrontado em sua
superficialidade, voltou atrás. Quando Jesus mostrou-lhe a cruz, logo
retrocedeu. Há uma classe de pessoas na igreja que sempre procura os pastores e
líderes para aconselhamento e é assídua na igreja, participa das programações
regularmente. Quando é época de algum evento, são verdadeiros ativistas. São
rigorosos até mesmo nas normas externas da igreja e envolvidos na guerra
espiritual, mas não possuem o compromisso de se desgastarem e tomarem a cruz
como um discípulo para a expansão do reino de Deus. Não aceitam se submeter ao discipulado.
Os seguidores
ocasionais sempre têm algumas ou todas estas características: São religiosos,
alimentam-se da Palavra, mas com uma ótica religiosa e mística. Assim, são
anêmicos na fé, incrédulos, apáticos e mornos; crianças, quando já deveriam ser
maduros.
São festivos,
chegam, marcam presença, dão boas sugestões, estão nos jejuns, mostram-se intensos
e desaparecem até a próxima temporada de fogo. Querem a festa, mas não pagar o
preço para ministrá-la aos outros.
São místicos, se
conduzem com base no fervilhar de sonhos, profecias, visões e fábulas.
Vivem saturados de
conhecimento mental morto. São mornos. Deixam-se tratar apenas superficialmente
quando há pressões, ou quando há alguma dificuldade. Deus os usa, mas o
relacionamento com Ele é caracterizado pela superficialidade e pelo limite com
que se deixam tratar. Podem até estar convencidos de que são muito espirituais,
mas têm um relacionamento distante, tanto com Deus quanto com a liderança e os demais
irmãos.
O fato de serem
superficiais com os líderes mostra que são superficiais com Deus. Quando se
tornam líderes, o Corpo sofre porque o relacionamento construído com a
liderança não é de discipulado. Andam por conta própria, produzem desunião,
confusão de pensamentos e de opiniões dentro da igreja. Por não aceitarem a
liderança e o discipulado, vivem conforme “o que mais lhe parece bem aos
olhos”. São o retrato do povo de Israel nos dias dos juízes: inconstantes,
derrotados e sem direção.
É interessante
observar que o relacionamento dessas pessoas é mais próximo do que o das
pessoas que fazem parte da multidão, da massa. Frequentemente, até criticam a
multidão por sua falta de compromisso. Acham até que têm alguma vantagem sobre
os demais. O compromisso de trabalhar na igreja não define a profundidade da
operação de Deus em nossa vida. A falta do discipulado produz líderes não
confiáveis, imprevisíveis, que não se deixam conhecer à luz dos vínculos de
relacionamento.
Para sermos
estabelecidos como líderes na casa de Deus, precisamos ter vínculos de
discipulado com aqueles que nos vão estabelecer.
O Senhor nos chama
para sermos discípulos e não apenas seguidores ocasionais. Se identificou algum
seguidor, ou se identificou como seguidor; esse é o momento de aprofundar seu
nível de relacionamento com Deus e a Igreja de Cristo.
Em Cristo Jesus, esperança
da Glória. Até a última casa!
Pr. Luiz Antonio
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