segunda-feira, 16 de julho de 2018

Carta Pastoral 096 - Multidão, Seguidor e Discípulo - 02


Carta pastoral – Julho de 2018 – ano III – 096

Série “Alinhando a visão”

“Multidão, Seguidor e Discípulo - 02”

Textos para ler: Jo 3.1-21; Lc 18.18-30.



Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

O segundo nível de relacionamento de Jesus foi com aquelas pessoas que O procuravam para serem aconselhadas. Nós temos alguns exemplos. O primeiro é Nicodemos em Jo 3.1-21. Ele não era propriamente da multidão, tinha um relacionamento mais próximo com Jesus. Todavia, não se obrigava a obedecer a Palavra que Ele lhe dava. O fato de ele procurar Jesus de noite mostra que ele tinha vergonha de sua fé e estava preocupado com a opinião dos outros a seu respeito. Entretanto, ele ainda desejava saber mais do Senhor. Seu relacionamento com o Senhor era mais próximo do que o da multidão, mas não o suficiente para transformá-lo em discípulo.

O segundo exemplo de seguidor ocasional é o jovem rico Lc 18.18-30. Ele era um homem que não pertencia à multidão e simpatizava com Jesus. Essa era a sua característica que mais se destacava: a fidelidade religiosa e até rigorosa da Lei. Mas, sendo confrontado em sua superficialidade, voltou atrás. Quando Jesus mostrou-lhe a cruz, logo retrocedeu. Há uma classe de pessoas na igreja que sempre procura os pastores e líderes para aconselhamento e é assídua na igreja, participa das programações regularmente. Quando é época de algum evento, são verdadeiros ativistas. São rigorosos até mesmo nas normas externas da igreja e envolvidos na guerra espiritual, mas não possuem o compromisso de se desgastarem e tomarem a cruz como um discípulo para a expansão do reino de Deus. Não aceitam se submeter ao discipulado.

Os seguidores ocasionais sempre têm algumas ou todas estas características: São religiosos, alimentam-se da Palavra, mas com uma ótica religiosa e mística. Assim, são anêmicos na fé, incrédulos, apáticos e mornos; crianças, quando já deveriam ser maduros.

São festivos, chegam, marcam presença, dão boas sugestões, estão nos jejuns, mostram-se intensos e desaparecem até a próxima temporada de fogo. Querem a festa, mas não pagar o preço para ministrá-la aos outros.

São místicos, se conduzem com base no fervilhar de sonhos, profecias, visões e fábulas.

Vivem saturados de conhecimento mental morto. São mornos. Deixam-se tratar apenas superficialmente quando há pressões, ou quando há alguma dificuldade. Deus os usa, mas o relacionamento com Ele é caracterizado pela superficialidade e pelo limite com que se deixam tratar. Podem até estar convencidos de que são muito espirituais, mas têm um relacionamento distante, tanto com Deus quanto com a liderança e os demais irmãos.

O fato de serem superficiais com os líderes mostra que são superficiais com Deus. Quando se tornam líderes, o Corpo sofre porque o relacionamento construído com a liderança não é de discipulado. Andam por conta própria, produzem desunião, confusão de pensamentos e de opiniões dentro da igreja. Por não aceitarem a liderança e o discipulado, vivem conforme “o que mais lhe parece bem aos olhos”. São o retrato do povo de Israel nos dias dos juízes: inconstantes, derrotados e sem direção.

É interessante observar que o relacionamento dessas pessoas é mais próximo do que o das pessoas que fazem parte da multidão, da massa. Frequentemente, até criticam a multidão por sua falta de compromisso. Acham até que têm alguma vantagem sobre os demais. O compromisso de trabalhar na igreja não define a profundidade da operação de Deus em nossa vida. A falta do discipulado produz líderes não confiáveis, imprevisíveis, que não se deixam conhecer à luz dos vínculos de relacionamento.

Para sermos estabelecidos como líderes na casa de Deus, precisamos ter vínculos de discipulado com aqueles que nos vão estabelecer.

O Senhor nos chama para sermos discípulos e não apenas seguidores ocasionais. Se identificou algum seguidor, ou se identificou como seguidor; esse é o momento de aprofundar seu nível de relacionamento com Deus e a Igreja de Cristo.

Em Cristo Jesus, esperança da Glória. Até a última casa!

                                                                                                        Pr. Luiz Antonio

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