terça-feira, 22 de setembro de 2020

Carta Pastoral 158 - Paixão pelos perdidos

 Carta pastoral – Setembro de 2020 – ano V – 158

     Série: “Jornada 12 em 4”

“Paixão pelos Perdidos”

 Texto para ler: Isaías 6.8; João 11.33-35 

 Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

Qual sentimento lhe vêm ao coração quando você está dentro de um carro, parado em um semáforo, e uma criança ou um adulto carente se aproxima pedindo dinheiro?

Quais pessoas com grandes problemas e necessidades você encontrou em seu caminho no dia de hoje?

São muitas as pessoas ao nosso redor que estão perdidas e carentes. Jovens pedindo dinheiro em um semáforo e, para tanto, fazendo malabarismos circenses. Um homem deitado sobre papelões e coberto por uma fina manta embaixo da marquise de um luxuoso edifício comercial. Uma mulher com síndrome do pânico que, por causa das limitações da doença, não pôde cursar o último ano da faculdade, continuar a trabalhar e mal consegue sair de casa. Um marido que não sabe mais o que fazer para ajudar a esposa que está perturbada emocional e espiritualmente. Basta abrir bem os olhos para notar os muitos problemas e necessitados que há na nossa cidade.

O que sentimos quando vemos cenas como essas? Repulsa e rejeição? Dó e pena? Desprezo e desdém? E o que Deus sente? Quais sentimentos passam pelo coração do Todo-Poderoso ao ver a humanidade perdida? Ele é insensível e fica indiferente? Ou é sensível e se emociona?

Se temos paixão por Deus ou queremos ser apaixonados por ele, temos de ser tocados pelo que lhe toca o coração. O Pai não é insensível e indiferente à humanidade perdida e seus problemas. Quando ele a vê é tocado em suas emoções. João 11.33-35 declara que Jesus agitou-se no espírito, ficou perturbado e finalmente chorou ao ver que o seu amigo Lázaro estava morto.

Um grande clamor de Deus foi registrado pelo profeta Isaías, ao compadecer-se pelo perdido povo de Israel: Então ouvi a voz do Senhor conclamando: Quem enviarei? Quem irá por nós? Isaías 6.8.

1. Paixão pelos perdidos está no coração de Deus. A história da ressurreição de Lázaro e o clamor divino ouvido pelo profeta Isaías nos mostram que o coração de Deus está cheio de amor e paixão pelos perdidos. Jesus, ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor, Mateus 9.36. Ele também disse aos seus discípulos: A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita, Mateus 9.37-38. Jesus compara as multidões de perdidos a um grande campo pronto para a colheita. Entretanto, são poucos os trabalhadores. São poucos os que se dispõem a ir às grandes multidões de perdidos para lhes oferecer a paz e a segurança do evangelho. O número de trabalhadores é insuficiente para tanta demanda. Em Rm 10.14-15 o apóstolo Paulo faz uma série de questionamentos ao tratar desse mesmo tema: Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? O que responder a tão inquietantes perguntas?

2. Paixão pelos perdidos pede prontidão para ir. Quando o Senhor perguntou, Quem enviarei? Quem irá por nós? Isaías respondeu, Eis-me aqui. Envia-me. Isaías, homem de Deus, tinha paixão pelo Senhor e por isso, paixão pelos perdidos. Ele se apresentou prontamente como resposta ao chamado do Senhor. Se estivesse com Paulo quando ele fez aquela série de perguntas, Isaías certamente teria respondido: Eis-me aqui. Envia-me. Eu irei. Paixão pelos perdidos não é apenas um sentimento no coração, mas também uma disposição para agir.

3. Paixão pelos perdidos pede aproximação e envolvimento. Quando Jesus viu as multidões, percebeu a sua aflição e ele foi tomado por uma grande compaixão. A paixão pelos perdidos pede, além da prontidão para ir, aproximação e envolvimento. Devemos ir ao encontro do perdido, devemos aproximar-nos dele, envolvendo-nos com ele e suas necessidades. Não há como ter paixão pelo perdido e manter distância dele. Jesus pôde ver as multidões e perceber a sua aflição porque estava no meio delas.

4. Paixão pelos perdidos pede compaixão. Paixão e compaixão são sentimentos distintos, apesar de próximos. Jesus teve compaixão das multidões porque se importava com elas. O que isso quer dizer? A paixão pelos perdidos levou Jesus a experimentar em si mesmo a dor e o sofrimento das multidões. Ele teve empatia por elas, enxergou a situação pelo seu ponto de vista.

5. A paixão pelos perdidos pede oração. Jesus orientou seus discípulos a orar ao Pai pedindo mais trabalhadores, pois era grande a multidão de perdidos e poucos os que estavam dispostos a ir. De fato, no Reino de Deus, nada acontece sem o poder da oração, tampouco a salvação dos perdidos. A paixão pelos perdidos deixa de ser apenas um sentimento e passa a ser uma atitude quando intercedemos pela sua salvação. Em Gênesis 18.16-33, Abraão rogou ao Senhor para não destruir Sodoma e Gomorra, como estava planejado, por causa dos justos que viviam ali. Pediu-lhe para poupar os ímpios por amor aos justos.

 

Essa paixão vem do coração de Deus. Por sermos apaixonados pelo Pai, também nos tornamos apaixonados pelos perdidos. Isso, no entanto, não deve ficar restrito ao coração, temos de agir. Como? Dispondo-nos a ir onde estão os perdidos, aproximando-nos e envolvendo-nos com eles. Como Jesus, devemos ter compaixão e interceder por eles. Por fim, todas essas ações, além de outras, são motivadas por paixão e por valores corretos. Qual é o valor de uma alma para Jesus? Uma alma vale mais do que o mundo inteiro, declara o Mestre, em Lucas 9.25.

Em Cristo Jesus, esperança da Glória. Até a última casa!

                                                                                                            Pr. Luiz Antonio

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