domingo, 22 de julho de 2018

Carta Pastoral 097 - Multidão, Seguidor e Discípulo - 03


Carta pastoral – Julho de 2018 – ano III – 097

Série “Alinhando a visão”

“Multidão, Seguidor e Discípulo - 03”

Textos para ler: Mt 28.18-20; Mc 3.13-15; 2Tm 2.1-2; Jo 15.12-15.



Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

O terceiro nível de relacionamento que Jesus construiu foi com seus discípulos. Neste nível, a proximidade é total, a intimidade e a liberdade com as quais se expressam pensamentos e sentimentos são completas; o compromisso e a renúncia também são totais. As motivações dos discípulos e o potencial de resposta de cada um são intimamente conhecidos e sobre essas bases os desafios são realizados.

O discipulado nos falam da aceitação do preço da cruz. É interessante vermos que Jesus pegou homens comuns, analfabetos, sem formação religiosa alguma e passou a esses homens todo o seu ministério, sua unção e sua autoridade. Jesus passou o seu “manto”. É importante entendermos que Ele não deixou por herança o ministério para a multidão. Somente os discípulos receberam um ministério.

Da mesma forma, é necessário entender que antes de alguém ser enviado para um lugar, ou liberado para ocupar uma função qualquer na igreja, ou estar à frente de qualquer obra, como líder, como obreiro, ou como pastor é necessário que sejam estabelecidos fortes vínculos de discipulado.

Muitos têm priorizado o “ir” em detrimento do “ser”, o realizar a obra de Deus em vez de enfatizar a necessidade de vida, de formação do caráter de Cristo como condição para isso. Antes de dar qualquer coisa, para alguém fazer, precisamos aprovar essa pessoa através de vínculos de discipulado, em confiança, em amor e em sujeição.

Discipulado nos falam de pegarmos alguém no nível do vale e o levarmos para o nível do monte. Fala-nos de ensinar e praticarmos juntos as disciplinas espirituais, corrigindo os princípios de vida errados enraizados em sua alma, as heranças familiares, as formas erradas de responder às falácias do diabo, etc.

Só o discipulado equilibrado pode gerar líderes de fato aprovados. Todavia, é importante ressaltar que não podemos levar alguém além de onde nós mesmos já chegamos. O discípulo não pode ser superior ao seu mestre.

Assim, o discipulado é uma visão de reprodução, de multiplicação. No relacionamento de discipulado, o discipulador vai plantar a Palavra, vai instruir nos princípios de Deus, vai armar, vai equipar, vai adestrar, vai tornar o discípulo íntimo das armas, torná-lo perigoso espiritualmente contra as trevas, e então vai enviá-lo.

Não são programações que vão instruir discípulos. A Palavra diz que é o Espírito Santo quem gera crescimento em nós. Assim, quando oramos pedindo a Deus que nos forme, Ele nos responde nos levando a situações que irão nos quebrar e moldar.

Em Mateus 4:23, a Palavra nos diz: “Percorria Jesus toda a Galileia ensinando nas Sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo”. O aspecto de ensino a um público é apenas umas das formas de ensino usadas por Jesus. Esta forma de instruir traz resultados, mas não é completa. Jesus era também um professor, mas investiu mais no discipulado. Uma grande perda é nos prendermos exclusivamente ao ensino de sala de aula. Basicamente só existem professores em nossas igrejas. Precisamos desesperadamente de discipuladores.

Finalmente, no final do Evangelho de Mateus, fechando seu ministério, Jesus orienta a Igreja a ir e a fazer discípulos, ensinando- os a guardar a Palavra. Ele não disse: “ensine-os a entender”, mas ensine-os a guardar. O ensino de púlpito atinge tanto a multidão quanto o seguidor ocasional, mas não faz discípulos. Jesus não tinha o pensamento de que o ensino impessoal praticado nas sinagogas formaria alguém. O que levou vidas a serem semelhantes a Ele foi um vínculo sólido e profundo de discipulado.

O nível de ensino que precisamos praticar é o “ensinar a guardar” e só se atinge este nível de ensino com profundo compromisso de relacionamento, onde eu posso ver a realidade de vida do meu discipulador e entrar naquela realidade. Eu vejo a altura em Deus que ele atingiu, vejo o monte e caminho do nível do vale, onde estou, até chegar onde ele está.

O discipulado não é algo de tempo indefinido. Ele eventualmente se encerrará. Quando já tiver a prática de todo o conselho de Deus, o discipulado se encerra, mas permanecem os vínculos. Alguém pode ficar longos anos tentando aprender inglês num determinado curso, ao passo que se fosse viver num país onde se fala essa língua, não precisaria esperar tanto tempo. Por que tais resultados? Por causa do nível de vínculo e de intimidade gerados para com a língua. Precisamos vencer nossos medos e chamar alguns discípulos para estarem mais próximos de nós.

Precisamos entender com clareza isto: discipulado são vínculos formados em Deus, vínculos que implicam em decisão, custos a serem pagos e um objetivo a ser cumprido.

Esse é o nível de vida cristã que o Senhor quer conduzir a IMW Santos Dumont; Discípulos discipuladores, que ensinam aos outros através de uma vida profunda em Deus, sendo exemplo vivo.

Em Cristo Jesus, o padrão perfeito. Até a última casa!

                                                                                                        Pr. Luiz Antonio

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Carta Pastoral 096 - Multidão, Seguidor e Discípulo - 02


Carta pastoral – Julho de 2018 – ano III – 096

Série “Alinhando a visão”

“Multidão, Seguidor e Discípulo - 02”

Textos para ler: Jo 3.1-21; Lc 18.18-30.



Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

O segundo nível de relacionamento de Jesus foi com aquelas pessoas que O procuravam para serem aconselhadas. Nós temos alguns exemplos. O primeiro é Nicodemos em Jo 3.1-21. Ele não era propriamente da multidão, tinha um relacionamento mais próximo com Jesus. Todavia, não se obrigava a obedecer a Palavra que Ele lhe dava. O fato de ele procurar Jesus de noite mostra que ele tinha vergonha de sua fé e estava preocupado com a opinião dos outros a seu respeito. Entretanto, ele ainda desejava saber mais do Senhor. Seu relacionamento com o Senhor era mais próximo do que o da multidão, mas não o suficiente para transformá-lo em discípulo.

O segundo exemplo de seguidor ocasional é o jovem rico Lc 18.18-30. Ele era um homem que não pertencia à multidão e simpatizava com Jesus. Essa era a sua característica que mais se destacava: a fidelidade religiosa e até rigorosa da Lei. Mas, sendo confrontado em sua superficialidade, voltou atrás. Quando Jesus mostrou-lhe a cruz, logo retrocedeu. Há uma classe de pessoas na igreja que sempre procura os pastores e líderes para aconselhamento e é assídua na igreja, participa das programações regularmente. Quando é época de algum evento, são verdadeiros ativistas. São rigorosos até mesmo nas normas externas da igreja e envolvidos na guerra espiritual, mas não possuem o compromisso de se desgastarem e tomarem a cruz como um discípulo para a expansão do reino de Deus. Não aceitam se submeter ao discipulado.

Os seguidores ocasionais sempre têm algumas ou todas estas características: São religiosos, alimentam-se da Palavra, mas com uma ótica religiosa e mística. Assim, são anêmicos na fé, incrédulos, apáticos e mornos; crianças, quando já deveriam ser maduros.

São festivos, chegam, marcam presença, dão boas sugestões, estão nos jejuns, mostram-se intensos e desaparecem até a próxima temporada de fogo. Querem a festa, mas não pagar o preço para ministrá-la aos outros.

São místicos, se conduzem com base no fervilhar de sonhos, profecias, visões e fábulas.

Vivem saturados de conhecimento mental morto. São mornos. Deixam-se tratar apenas superficialmente quando há pressões, ou quando há alguma dificuldade. Deus os usa, mas o relacionamento com Ele é caracterizado pela superficialidade e pelo limite com que se deixam tratar. Podem até estar convencidos de que são muito espirituais, mas têm um relacionamento distante, tanto com Deus quanto com a liderança e os demais irmãos.

O fato de serem superficiais com os líderes mostra que são superficiais com Deus. Quando se tornam líderes, o Corpo sofre porque o relacionamento construído com a liderança não é de discipulado. Andam por conta própria, produzem desunião, confusão de pensamentos e de opiniões dentro da igreja. Por não aceitarem a liderança e o discipulado, vivem conforme “o que mais lhe parece bem aos olhos”. São o retrato do povo de Israel nos dias dos juízes: inconstantes, derrotados e sem direção.

É interessante observar que o relacionamento dessas pessoas é mais próximo do que o das pessoas que fazem parte da multidão, da massa. Frequentemente, até criticam a multidão por sua falta de compromisso. Acham até que têm alguma vantagem sobre os demais. O compromisso de trabalhar na igreja não define a profundidade da operação de Deus em nossa vida. A falta do discipulado produz líderes não confiáveis, imprevisíveis, que não se deixam conhecer à luz dos vínculos de relacionamento.

Para sermos estabelecidos como líderes na casa de Deus, precisamos ter vínculos de discipulado com aqueles que nos vão estabelecer.

O Senhor nos chama para sermos discípulos e não apenas seguidores ocasionais. Se identificou algum seguidor, ou se identificou como seguidor; esse é o momento de aprofundar seu nível de relacionamento com Deus e a Igreja de Cristo.

Em Cristo Jesus, esperança da Glória. Até a última casa!

                                                                                                        Pr. Luiz Antonio

domingo, 8 de julho de 2018

Carta Pastoral 095 - Multidão, Seguidor e Discípulo


Carta pastoral – Julho de 2018 – ano III – 095

Série “Alinhando a visão”

“Multidão, Seguidor e Discípulo”

Textos para ler: Jo 6.2; Jo 6.22-26; Mt 27.20-25.



Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

Discipulado é viver uma vida de renúncia. Mas por que devemos renunciar? Porque essa é a única forma que Deus tem para produzir em nós quebrantamento e real dependência dEle, que é o caminho para a maturidade. Discipulado é aparentemente uma perda, mas uma perda que desemboca numa gloriosa vida quebrantada. Quem aceita tornar-se discípulo, perde a sua vida para ganhar a vida de Deus. Quem não aceita, vive uma vida natural e medíocre, não cresce e é uma eterna criança na fé.

Jesus desenvolveu pelo menos três tipos de relacionamentos. Podemos observar esses mesmos três tipos de pessoas frequentando nossa igreja hoje. Podemos dizer que em toda igreja existe o congregado, o participante e o discípulo.

Ao congregado vamos chamar de multidão. Ao participante vamos denominar de seguidor ocasional e vamos colocar esses dois níveis de relacionamento em contraste com a vida de um discípulo.

1. Jesus e a multidão

O primeiro nível de relacionamento que Jesus travou foi o relacionamento com a multidão. O ministério de Jesus foi um ministério de multidões, mas Ele nunca as priorizou. Por quê? Porque o nível de resposta e de compromisso da multidão é pequeno, inseguro, desconhecido e o nível de impacto e transformação da Palavra sobre ela é pequeno. Jesus deu prioridade aos vínculos profundos que tinha com os discípulos. A Bíblia diz que a multidão o seguia por causa dos sinais e das curas que Ele fazia Jo 6.2. O que quer dizer isso? Quer dizer que a multidão, por não ter um relacionamento com Jesus, não era conhecida em suas motivações, e quem não é conhecido não é confiável. Precisamos reconhecer em nossa igreja aqueles amados que são da multidão, para não errarmos cobrando compromissos de quem não os quer ter. Jesus sabia disso. Sabia que aquele povo estava ali somente para receber e nada poderia ser cobrado dele. Outra coisa que define o comportamento da multidão é a busca da satisfação de suas próprias necessidades. Só se buscava o profeta de Nazaré quando havia uma necessidade esporádica. Assim, o compromisso estava condicionado às necessidades, por isso, a decisão de estar com Ele era uma decisão provisória, onde a independência conduzia o compromisso. Sendo assim, do que esse nível de relacionamento de Jesus com a multidão

nos fala? Fala-nos de crentes, possivelmente convertidos, salvos, batizados, mas que não têm nenhuma aliança com a igreja local, nem têm compromisso com o corpo. Buscam sempre seus próprios caminhos e suas diretrizes particulares. São pessoas que não se deixam tratar, têm uma forma de apresentação simpática, são até afetuosas, mas não se deixam tratar. O próprio fato de serem simpáticas mostra o seu desejo de se manterem à distância. Não nos permitem penetrar na sua intimidade, nos seus problemas, nos seus pecados, nas suas deficiências. São pessoas que não têm nenhum compromisso com a liderança e muito menos com a visão da igreja. Nem sequer têm compromisso de assiduidade e de participação naquilo que acontece na igreja. Como consequência disso,

são eternas crianças, conversadores, materialistas, problemáticos e, é duro admitir, em muitos lugares formam a maior parte do rol de membros das igrejas-berçário. São crentes, eventualmente dão o dízimo, têm uma conduta religiosa, mas se acostumaram com relacionamentos superficiais na casa de Deus. Todas as áreas de sua vida são mais ou menos nebulosas. Vivem em altos e baixos em sua vida cristã.

O que leva alguém a ser multidão?

Evidentemente, existem pessoas que vivem nesse nível de relacionamento por não terem recebido instrução ou ensinamento. Diríamos que são multidão involuntariamente. Mas a maioria faz uma opção por esse nível de relacionamento por inúmeras razões.  Talvez o motivo que traga a multidão à igreja seja um mero compromisso religioso, ou a necessidade de libertação em alguma área, a necessidade de cura, ou de manter um agradável convívio social.

Portanto o nosso desafio é identificar essa multidão e se empenhar em conduzi-los a um outro nível de relacionamento mais profundo com Jesus.

Em Cristo Jesus, esperança da Glória. Até a última casa!
                                                                                                          Pr. Luiz Antonio

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Carta Pastoral 094 - Os cinco itens indispensáveis na edificação da Igreja – Ação e multiplicação


Carta pastoral – Julho de 2018 – ano III – 094

Série “Alinhando a visão”

“Os cinco itens indispensáveis na edificação da Igreja – Ação e multiplicação”

Textos para ler: At 1.1; Mt 4.23-25; Lc 6.17-19; Mc 3.13-15; Lc 10.1-9.



Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

O ingrediente decisivo para realizar a obra é a ação seguida de multiplicação. Se não há uma ação, não há obra, e, se não há multiplicação, não há expansão do corpo. A visão, a oração, os relacionamentos e a estratégia existem para chegarmos à multiplicação, à expansão do corpo.

O fundamento e o modelo para a ação é o Senhor Jesus. Em Atos, lemos que Jesus começou a fazer e a ensinar At 1.1. O Senhor Jesus não somente é o nosso modelo quanto à vida, mas é também na forma de trabalhar para Deus. A ação do Corpo de Cristo, a Igreja, deve corresponder à ação de Jesus quando esteve com Seu Corpo aqui na terra. Ele orava, jejuava, pregava, expulsava demônios, fazia milagres, ajudava os pobres, alimentava os famintos, abençoava e amava as crianças, era amigo dos pecadores, perdoava os pecados, consolava os que sofriam, repreendia os hipócritas, percorria cidades e povoados, evangelizava as multidões, evangelizava os indivíduos, entrava nos lares.

Mas, em toda essa ação intensiva, o aspecto central de Seu ministério era discípular doze homens Jo 17.6-8. A esses chamou e a eles se dedicou, formou, capacitou, equipou, treinou e enviou para que fizessem o que Ele mesmo fez Lc 10.1-9.

Seu método era pelo exemplo de Sua ação e pela instrução. Ele ensina por ensino e por demonstração. Sarando, ele ensinava a sarar; pregando, ele ensinava a pregar etc. E, além disso, ensinava-os e instruía à parte. Os discípulos eram formados vendo a Jesus e ouvindo os Seus ensinamentos.

O Corpo de Cristo na atualidade, mediante todos os seus membros, deve realizar o mesmo ministério que Cristo realizou. Para isso, o Senhor reparte Sua graça e dons a todos os membros do corpo. O que se espera de cada membro é que funcione. Assim como foi para Cristo, o centro do ministério dos santos deve ser o fazer discípulos, pois isso é fundamental para a edificação do Corpo de Cristo.

Toda a ação e todo trabalho precisa visar ao crescimento, à expansão do Corpo e à multiplicação. A base da edificação e da multiplicação são os GCEUs.

O objetivo de todo GCEU deve ser a edificação do Corpo, mas toda a edificação precisa culminar na multiplicação. Quando multiplicamos, estamos trabalhando para expandir o Corpo. A multiplicação deve ser o resultado natural da qualidade e da unidade do GCEU.

Quando temos qualidade e unidade, o resultado é quantidade.

Por um momento agora; pense (se possível anote) em quantas pessoas estão visitando a igreja, é um vizinho seu, ou um amigo, que ainda não foram convidados para ir no GCEU. Ou mesmo que foram convidados, não houve uma perseverança em orar por ela e insistir um pouco mais até que se converta a Cristo. O Senhor nos convoca a colocar em AÇÃO, tudo o que temos aprendido e sido confrontados nesses dias.

Em Cristo Jesus, nosso exemplo de ação. Até a última casa!

                                                                                                   Pr. Luiz Antonio

Seguidores