terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Carta Pastoral 168 - A prática do Amor

 Carta pastoral – Dezembro de 2020 – ano V – 168

     Série: “Jornada 12 em 4”

“A prática do Amor”


Texto para ler: Lucas 10.25-37

 

Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua vida e sua família.

A Parábola do Bom Samaritano é uma das histórias contadas por Jesus mais conhecidas. Não se sabe ao certo se o relato está baseado em fatos reais ou se é puramente fictício. Contudo, sendo real ou não, é grande a influência do gesto desse samaritano ao longo da História. Muitas foram e ainda serão as iniciativas inspiradas por ele. Desse texto, podemos extrair as seguintes lições:

 

1.      Saber e não fazer é o mesmo que não saber. O texto começa com um conhecedor da lei fazendo um pergunta mal-intencionada a Jesus: “Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna?”. Jesus, como mestre que era, responde à pergunta com outra: O que está escrito na Lei? Como você a lê? O doutor da lei, enquanto profundo conhecedor da Lei, respondeu citando dois mandamentos, os quais Jesus considerava os maiores Mateus 24.27: “Ame o Senhor, o seu Deus, e o seu próximo como a si mesmo”. Jesus, concordando com a resposta, mas querendo confrontar o doutor, disse: “Você respondeu corretamente. Faça isso, e viverá”. A pergunta do doutor da lei buscou o que ele precisava fazer para herdar a vida eterna. A resposta de Jesus lhe disse que ele precisaria não apenas saber a resposta, mas praticá-la. Afinal, ele procurava pelo que deveria ser feito. Saber a resposta certa não seria suficiente caso ela não fosse colocada em prática. Fazer é diferente de saber, especialmente quando se trata do amor. De que adianta conhecer sobre o amor, mas não o praticar? Qual a distância entre o que você sabe e o que pratica quanto ao amor?

2.      A razão de nossas vidas é o amor. Quando Jesus disse ao doutor que ele havia respondido à sua pergunta corretamente, de alguma maneira, concordou que, para se obter a vida eterna, a prática do amor é necessária. Com isso, certamente, não quis dizer que a salvação de uma pessoa se dá através de suas obras de amor. A salvação é pela graça mediante a fé Ef 2.8-9. Contudo, podemos afirmar que Jesus quis dizer que a vida verdadeira não é possível fora do amor, ou seja, só desfruta verdadeiramente a vida aquele que se dedica à prática do amor. A razão de ser da vida é o amor e, por isso, ele é a essência da Lei de Deus, a qual quer ensinar aos homens a como viver. Assim, quem vive sem a prática do amor tem uma vida vazia e sem sentido. Ao contrário, quem pratica o amor tem uma vida plena e satisfatória.

3.      Seja o próximo de alguém. Após receber a resposta de Jesus, o doutor da lei, querendo se justificar, perguntou: “E quem é o meu próximo?”. A essa pergunta, Jesus respondeu contando-lhe a Parábola do Bom Samaritano. Terminada a história, ele perguntou ao perito: “qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”. Que curioso! A pergunta do doutor da lei buscava por quem seria o seu próximo. A de Jesus, contudo, procurava por quem tinha sido o próximo do homem em necessidade. Ao que parece, Jesus e o doutor pensavam sobre o próximo de modo diferente. Mas não estaria a perspectiva do doutor da lei de acordo com o mandamento citado e, portanto, correta? Por que Jesus apresentou o próximo de uma maneira diferente? O doutor estava preocupado em saber quem era o seu próximo. Todavia, Jesus estava interessado em que ele fosse o próximo de alguém. Assim, não se preocupe em saber quem é o seu próximo; preocupe-se em ser o próximo de alguém. Não se preocupe em saber quem é o seu próximo; preocupe-se em saber quem é você. O seu próximo é todo e qualquer pessoa que surgir em seu caminho com uma necessidade. Seja o próximo dessa pessoa.

4.      Esteja sempre pronto para amar. Na parábola contada por Jesus, um sacerdote e um levita viram um homem em necessidade, mas não se dispuseram a ajudá-lo. O samaritano, contudo, apesar de seus compromissos, parou para socorrê-lo. Essa atitude do samaritano nos ensina sobre a importância de estarmos sempre prontos para amar. Quando viram o homem em necessidade, o sacerdote e o levita se perguntaram: o que eu vou perder se o ajudar? Porém, quando o samaritano o viu, se perguntou: o que ele irá perder se eu não o ajudar? Só está sempre pronto para amar aquele que se dispõe a perder.

5.      O amor não é um sentimento. A parábola contada por Jesus nos apresenta um samaritano socorrendo, provavelmente, um judeu que estava em necessidade. A Bíblia diz que os judeus e os samaritanos não se davam bem uns com os outros; eram inimigos. Como foi possível, então, a um samaritano amar um judeu necessitado? O amor não é um sentimento, mas uma decisão pensada e calculada. Deus ama apesar de seus sentimentos. A Bíblia diz que ele sente ira contra o pecador, mas o ama mesmo assim. Os sentimentos são reações involuntárias diante de situações externas. Por isso, não geram responsabilidade. Contudo, amar é uma decisão e, por isso, é responsabilidade. Jesus nos ensinou a amar os inimigos. Se o amor fosse um sentimento quem seria capaz de fazer isso? Todavia, se é uma atitude, quem não poderia?

 

Esse texto se encerra com Jesus dizendo ao doutor da lei: “Vá e faça o mesmo”. Essas são as mesmas palavras dele para nós hoje. E, para a prática do amor, temos o bom samaritano como um grande exemplo e inspiração.

 

Em Cristo Jesus, esperança da Glória. Até a última casa!

 

                                                                                                          Pr. Luiz Antonio

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