Carta pastoral – Março
de 2020 – ano V – 154
Série: “Conhecendo a Jesus, e o fazendo conhecido”
“A Tentação”
Texto para ler Mt 4.1-11
Queridos e amados irmãos, que a graça e paz do Senhor seja sobre sua
vida e sua família.
Em sua opinião, o que é tentação?
Tentação é pecado?
Você esperava que as tentações
cessassem após sua conversão a Jesus?
Em que circunstâncias você se percebe
tentado?
Quando ouvimos a palavra tentação,
dois episódios bíblicos podem vir à nossa mente. O primeiro é a tentação e
queda do homem, registrado em Gênesis 3.1-24. O segundo episódio é a tentação
de Jesus, registrada nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Nessa história,
o diabo também é um dos personagens, atuando mais uma vez como tentador. Entretanto,
ela tem um final diferente. Jesus não cede à tentação do inimigo, mas
resiste-lhe através da Palavra de Deus. Por causa da derrota dos primeiros,
toda a história humana foi manchada pelo pecado. Por causa do triunfo do
último, a possibilidade de vitória sobre o pecado e de uma vida livre da
corrupção e da morte é disponibilizada. O que podemos aprender sobre tentação
com o episódio de Jesus? É sobre isso a nossa reflexão hoje. Que o Espírito
Santo nos faça vencedores!
1.
A
primeira tentação. O
teste; Na primeira tentação, o diabo coloca em dúvida a filiação divina de
Jesus, desafiando-o a realizar um milagre que satisfaria a sua necessidade de
comida e comprovaria ser ele o Filho de Deus. Ele intentou gerar insegurança e
orgulho no coração de Jesus (“Se és o Filho de Deus”), além de egocentrismo e
autonomia em relação ao Pai, o qual já havia preparado para ele todos os
cuidados necessários para o pós-jejum (Mateus 4.11). Apesar de Jesus não ter
uma natureza pecaminosa, essa foi uma tentação da carne, da satisfação imediata
dos apetites. A resposta; Jesus não se permite cair na armadilha do tentador.
Ele rebate a tentação provocadora utilizando-se das Sagradas Escrituras. Ele
toma “a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Efésios 6.17), e
contra-ataca a investida do diabo. A palavra de Deus era seu principal
alimento, sua necessidade maior. Sendo assim, não duvidaria de quem era, pois
seu Pai já o havia afirmado e daria mais atenção à vontade de Deus do que às
suas necessidades físicas momentâneas, crendo que o Pai já havia preparado todo
o suprimento de que Ele necessitava.
2.
A
segunda tentação. O
teste; Na segunda tentação, o diabo tira Jesus do deserto e o leva à parte mais
alta do templo de Jerusalém. Duvidando mais uma vez de sua filiação divina, ele
desafia Jesus a testar o cuidado paternal de Deus por sua vida, jogando-se do
alto do templo. Para tanto, ele se utiliza da mesma estratégia de Jesus,
citando um texto das Sagradas Escrituras com o sentido distorcido. A confiança de
Jesus na proteção e cuidado do Pai é atacada. Mais uma vez o diabo tenta semear
dúvida e orgulho em seu coração. A resposta; Jesus não se deixa enganar e
responde com a mesma moeda, desmascarando, a interpretação e aplicação
incorretas que o tentador havia feito do texto bíblico citado. O cuidado do Pai
por sua vida não precisava ser provado. Não era necessário testar o Pai para
saber que ele o amava como Filho. Ele já havia dito isso.
3.
A
terceira tentação. O
teste; Na terceira tentação, o diabo leva Jesus para um monte muito alto e lhe
mostra a glória dos reinos do mundo. De posse desses reinos, ele os oferece a
Jesus em troca de adoração. Em sua última tentativa, o diabo não faz uma
provocação, mas oferece a Jesus a facilidade de uma troca. Ele não precisaria
morrer na cruz para readquirir a posse da terra. Isso lhe seria dado em troca
de uma simples adoração. A resposta; Jesus rejeita a proposta e ordena que o
tentador se retire. Citando mais uma vez as Escrituras, ele diz que apenas o
Senhor é digno de culto. Indiretamente, ele também que não tomaria atalhos para
redimir a humanidade, mas realizaria a vontade de Deus quanto a isso. Satanás
se retira e o Pai dá ordem aos anjos para servirem o Filho de Deus em suas
necessidades.
Quando o diabo nos tenta, ataca:
·
Nossas
fraquezas e fragilidades;
·
Nossa
identidade de filhos de Deus; Instigando-nos ao orgulho, à vaidade, à autonomia
e à ganância;
·
Tentando
nos tornar egocêntricos, desviando nossos olhos para necessidades pessoais;
·
Utilizando
as Escrituras e distorcendo o seu significado;
·
Nossa
confiança em Deus e em sua Palavra;
·
Oferecendo-nos
atalhos.
Como Jesus, devemos contra-atacar:
·
Ungidos
e cheios do Espírito Santo;
·
Utilizando
as Escrituras, a partir de uma interpretação e aplicação corretas;
·
Valorizando
mais a comunhão com Deus do que as necessidades pessoais;
·
Não
querendo provar nada a nosso próprio respeito;
·
Reconhecendo
a soberania de Deus e se submetendo à sua autoridade.
Em Cristo Jesus, esperança da glória.
Até a última casa!
Pr. Luiz Antonio